Formatos de áudio: o que precisamos saber.

Formatos de áudio: o que precisamos saber.

Com certeza entre os DJS e produtores existe um eterno debate sobre os formatos de áudio; para os Djs é fundamental gravar o formato em Wav para se ter uma qualidade máxima dos DJ set gravados e isto é muito importante porque um DJ set publicado no Soundcloud ou Mixcloud é a nossa carta de apresentação para possíveis contratantes. O mesmo acontece com os producer que precisam exportar o máster da própria faixa na resolução mais alta possível (Matriz Digital). Mas realmente sabemos se precisamos de tanta resolução?

É inegável que o formato de música digital mais famoso no mundo e em todos os tempos é o MP3, ele está na boca e nos ouvidos do povo, na mira da pirataria e nos players portáteis de todo o planeta, porém pouco se sabe realmente da diferença entre formato e resolução, o porquê de cada um deles ter um tamanho (Mb) diferente e se isto influencia diretamente em como você escuta música.

Procure um CD de música que você gosta (original, se for possível) e o escute com atenção. Em seguida, escolha uma música MP3 e escute também. Você percebe a diferença? Se a resposta for positiva, isto acontece por causa da compressão do formato.

Qualidade, formato e compressão.

Possivelmente quando você exporta uma música em formato CD Áudio a Wav não será perdida. Quando um CD Áudio é masterizado e criado, a resolução máxima que ele suporta é a Wav 16 Bit 44,100 Mhz. Isto significa que, se importamos a música de um CD de Áudio no formato Wav a 24 bit 44,000 Mhz, então estaremos criando um arquivo de maior tamanho, mas com a mesma qualidade de um arquivo Wav de 16 bit. O problema deste formato é o tamanho. Embora hoje em dia os HDS de um laptop sejam de um tamanho considerável e com um catálogo de música totalmente em wav, ele vai ocupar muito espaço. Um arquivo Wav em Mono de 10 segundos pesa 1 MB. Como normalmente tocamos música em modo estéreo o tamanho dobra porque as pistas em estéreo são 2(L-R), então o tamanho de uma música de 10 segundos será de 2 Mb e por cada minuto são 10 Mb.

Por esta questão é que o MP3 é um dos formatos que mais triunfam entre os DJS porque ele consegue diminuir consideravelmente o tamanho do arquivo. O problema é o tipo de resolução que utilizamos. É aconselhável utilizar sempre a resolução mais alta MP3 que é a 320 KB. Esta resolução praticamente é quase comparável em qualidade ao formato Wav 16 bit 44.100 Hrz.

Por que o MP3 reduz drasticamente o tamanho do arquivo? O formato basicamente elimina todos os dados de áudio que, teoricamente, não são percebidos pelo ouvido humano, criando uma compressão que permite a redução do tamanho do arquivo.

O problema é que muitas vezes comprimimos tanto que estragamos a música. Infelizmente isto acontece porque já estamos acostumados a ouvir a música deste jeito.

O termo empregado para falar de compressão é o Bitrate, que consiste no número médio de bits que em um segundo de dados será comprimido. A unidade utilizada é o KBPS OU 1000 BITS por segundo. Confira abaixo a qualidade do áudio dependendo do bitrate utilizado.

São três tipos de bitrate:

CBR (Constant Bit Rate ou Taxa de Bits Constante)

Este é o método de codificação de arquivos de áudio mais utilizado e, provavelmente, boa parte dos seus arquivos MP3 estão em taxa de bits constante. Basicamente isto significa que a velocidade com que as informações de um codec são enviadas e recebidas não se altera.

Arquivos em CBR são úteis para se ouvir arquivos de áudio quando a quantidade de canais é limitada e a qualidade desejada não é grande. De forma prática, pode-se dizer que um arquivo MP3 em 128KBPS significa que cada segundo de música contém 128K de informações compactadas e, por essa razão, o tamanho da música é menor.

VBR (Variable Bit Rate ou Taxa de Bits Variável)

A grande diferença entre o CBR e o VBR pode ser percebida no próprio nome: enquanto o primeiro mantém um ritmo de transferência de informações constante, o segundo varia. Desta forma, o tamanho final do arquivo de áudio é imprevisível. Em trechos menos complexos de uma música, a taxa de bits pode ser de 128KBPS, enquanto que em partes mais complexas e com vários instrumentos, este número pode chegar aos 320KBPS, obtendo-se uma melhor qualidade de som e um arquivo não tão pesado.

ABR (Average Bit Rate ou Taxa de Bits Média)

Este formato encontra-se entre o CBR e o VBR e funciona da seguinte forma: você define uma taxa de bits média e as partes do arquivo podem ser codificadas acima ou abaixo desta média. Supondo que o valor definido seja de 128KBPS, então as partes menos complexas do arquivo podem ser codificadas em 96KBPS, enquanto que o restante fica na média ou com um valor um pouco maior. Então a grande vantagem é que se pode obter uma melhor qualidade de áudio quando se tem um arquivo de tamanho mais previsível, já que as variações são poucas se comparadas ao VBR. Para codificar arquivos em MP3 em um destes formatos, pode-se utilizar o programa MusicMatch Jukebox.

Tamanho da música

Se em uma roda de amigos alguém te perguntar: Quanto pesa um arquivo MP3? É muito provável que a sua primeira resposta seja: 4MB. Afinal, este é o tamanho médio de uma música comprimida e é mais ou menos o padrão de resolução da música que estamos acostumados a ouvir no nosso Player Mp3.

Tenha como exemplo uma faixa em formato MP3: A taxa de bits total (bitrate) está em 160KBPS, tem uma duração de 05h57min minutos e ocupa 7MB no disco.

Agora, se esta faixa estivesse em um formato de boa qualidade como WAV ou AIFF, ela ocuparia, em média, 57MB no disco rígido. A qualidade é garantida, mas tomaria espaço demais no reprodutor de música, especialmente porque estamos acostumados a ter acesso a catálogos musicais enormes.

Porém, devido à necessidade de se ter arquivos de áudio com qualidade superior e ocupando pouco espaço em disco, a indústria criou vários formatos com a intenção de facilitar a vida do usuário, lhe dando assim a possibilidade de se ouvir música com qualidade.

Conheça alguns dos principais formatos:

MP3 – O mais famoso

Criado na Alemanha, o MPEG-1 Layer 3 é o formato de música digital mais conhecido e utilizado em todo o mundo. O esquema de compressão equivale a três camadas distintas de som, onde cada uma delas tem uma finalidade diferente. Com esta compressão, há uma grande perda na qualidade do áudio, já que todas as faixas que teoricamente não são captadas pelo ouvido humano são eliminadas. A taxa de compressão equivale a 10:1, sendo possível gravar um CD com mais de 12 horas de MP3 a uma taxa de 128KBPS. (CODEC LAME): apresenta perdas em relação ao WAV/FLAC, com corte bastante abrupto das frequências a partir dos 20Khz nos canais direito e esquerdo; se percebe também que o formato de onde é ligeiramente distinto. (CODEC Fraunhofer): apresenta perdas em relação ao WAV/FLAC e também ao MP3 convertido com o CODEC LAME, sendo ligeiramente maiores no canal esquerdo, onde provavelmente há menos informação relacionada a frequências tão elevadas.

PCM – Qualidade absoluta.

O Pulse Code Modulation é “nada mais nada menos” que o formato de áudio presente nos CDs de música que você compra. Desenvolvido no início da década de 70 pelas gigantes Sony e Philips, o PCM é um dos formatos de áudio digitais mais antigos. Apesar de trazer uma excelente qualidade de som, os arquivos de áudio em PCM são muito pesados, sendo que um CD armazena, no máximo, 74 minutos de áudio neste formato.

FLAC – Compressão e qualidade.

Criado em 2003, o Free Lossless Audio Codec (FLAC) é um formato cuja principal vantagem é a compressão de dados sem perda de qualidade, o que não acontece em outros formatos, como o MP3, o WMA e o Ogg Vorbis. O FLAC também é open source e pode ser usado livremente por qualquer desenvolvedor. A presente perda nula em relação ao WAV, mantendo a amplitude de frequências idênticas a este, bem como da intensidade sonora, comprova então que o termo “lossless” é extremamente bem empregado se a comparação for feita com o WAV.

Este formato encontra-se entre o MP3 e o WAV, uma vez que oferece uma qualidade similar ao WAV e com um formato um pouco maior que o MP3. Assim que os usuários começaram a ter conexões à internet velozes, este formato acabou se tornando bastante popular

AAC – De domínio da Apple.

A Apple teve a sua contribuição na revolução da música digital, afinal, o iPod e o iTunes são dois nomes que não podem faltar quando o assunto é reprodução musical. Este formato, que significa Advanced Audio Coding, foi popularizado graças à Apple Store, que vende seus arquivos de áudio em AAC. A indústria está considerando utilizar este formato para segmentos profissionais.

Apesar de que, assim como o MP3, há perda de informações nos arquivos AAC. O formato é mais aprimorado, oferecendo qualidade superior e tamanho inferior aos arquivos MP3. Desta forma, o formato AAC é apontado como um dos sucessores do MP3.

MP4 – Áudio e vídeo.

O MPEG-4 Part 14 não é uma evolução do formato MP3 especificamente, mas sim do MPEG-1 e do MPEG-2, formatos que armazenam áudio e vídeo simultaneamente. Sendo um formato relativamente novo, poucos dispositivos oferecem real suporte ao formato. Os mais populares são os iPods da Apple, players da Sony e o Nintendo Wii. Portanto, é errôneo chamar qualquer player portátil que tenha suporte a vídeo de MP4, termo bastante utilizado hoje em dia.

Ogg Vorbis – 25% menor.

Diferente do MP3, o Ogg Vorbis utiliza um sistema de codificação VBR (Bitrate variável), permitindo arquivos mais compactados e de qualidade superior. Os arquivos gerados podem possuir a mesma qualidade do MP3, só que com um tamanho até 25% menor.

O formato está presente nas plataformas Windows, Linux e Mac. Para transformar áudio em MP3 para Ogg Vorbis, é possível utilizar um codificador gratuito chamado FreeRip.

WMA – O formato do Windows.

Criado pela Microsoft e Windows Media Audio, é um formato compatível principalmente com o player Windows Media Player e o Winamp. Os arquivos são até 50% menores que o MP3, mas há perda de qualidade.

WAV – Qualidade, mas com tamanho.

O Waveform Audio foi desenvolvido pela Microsoft e IBM para armazenar arquivos de áudio em PCs. Por utilizar o método de conversão PCM não há perda de dados, mas também não ocorre a compressão, resultando em arquivos pesados. Dependendo de alguns números relativos à qualidade, um minuto de arquivo de áudio no formato WAV pode ocupar até 10MB. Apresenta certa linearidade até os 20khz, após isso e até os 22khz, uma taxa bastante decrescente de intensidade sonora.

Todos estes tipos de formato e o bitrate podem causar certa confusão para os usuários, mas na verdade e afinal de contas o que mais importa é a música, como a percebemos e o que ela nos transmite. De que adianta ter um Dj Set gravado de uma hora em formato Wav quando se utiliza a música em formato MP3 ; embora a resolucão seja de 320Kb a qualidade da música nao será melhor simplesmente porque está gravada em Wav, a origem é de uma qualidade menor. De que adianta publicar Dj set pesado no Mixcloud se o usuário final que escuta a sua música na rua com um smartphone não pode reproduzir bem a música por causa do seu tamanho? Será que com um fone de ouvido pequeno do smartphone posso perceber a diferença entre 128Kb e 320Kkb? Experimente!

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