Música eletrônica para procurar alienígenas

Música eletrônica para procurar alienígenas

Não sabemos se há vida após a morte, mas do que cada vez está mais segura a comunidade científica é de que tem que haver necessariamente vida fora da Terra.

A astrobiologia é o último campo inaugurado pela ciência e ainda que no momento os seus esforços estejam concentrados em localizar moléculas ou bactérias em Marte ou nas luas de Júpiter e Saturno, há pouco tempo se abriu um panorama do mais esperançoso com a detecção massiva de exoplanetas com mínimas condições para se abrigar vida, tal como conhecemos. Haverá vida inteligente em algum deles? Podemos nos comunicar? Diante dessa possibilidade, o Sónar, festival de música, criatividade e tecnologia está começando a esquentar os motores para a sua edição de 2018 em Barcelona – em que vai celebrar o seu 25º. Aniversário – com um programa chamado Sónar Calling e que tem um objetivo aventureiro: fazer contato, se possível, com outras formas de vida em outros sistemas solares e, sendo assim, que os extraterrestres respondam.

As probabilidades de resposta, de todo modo, são mínimas. “Leyten é uma estrela muito próxima, 12.4 anos – luz não são nada na escala do cosmos”, explica o físico teórico Christophe Galfard, antigo discípulo de Stephen Hawking. “Se houvesse vida inteligente ali, certamente já nos haveriam encontrado”. O programa Sónar Calling se faz em colaboração com o Instituto de Estudos Espaciais da Catalunha e o METI International, uma organização científica que promove a busca ativa de vida inteligente e o seu contato imediato. Algo que Hawking, ao certo, desaconselha: o professor sustenta que há que buscar vida fora da Terra, mas não deveríamos nos fazer visíveis porque quem possa detectar as nossas emissões, em uma alta probabilidade, seria uma civilização mais avançada (e mais hostil) que a nossa. Uma teoria aceitada pela NASA, e que não colabora na iniciativa do Sónar.

No entanto, a curiosidade por explorar o espaço e buscar vida inteligente é uma necessidade humana e o Sónar se lançou a uma aventura que poderia trazer alguma surpresa em cinco anos. Porque se há alguma forma de se comunicar com os extraterrestres – assim se fazia no filme “Contatos imediatos do terceiro grau”, e assim temos assumido na cultura popular -, tem que ser com música.

– Matéria traduzida para o português por Carolina Cunha, revisora de textos da Widemuzik. O texto original em espanhol foi publicado pelo Jornal “El Mundo”, no dia 16/11/2017 e está disponível aqui

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